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O barato que sai caro

Por Henrique Monteiro
Gerente de Vendas, Kapsch TrafficCom Brasil
Nos últimos dias, ganhou repercussão uma notícia relevante, para todo o setor: o Procon aplicou uma multa milionária (aproximadamente R$14 milhões) a uma concessionária que opera um trecho rodoviário importante após identificar falhas no pedágio eletrônico.
Sem entrar em nomes, pois não se trata de apontar culpados, o caso acende um alerta necessário: implementar Free Flow não é simples, não é trivial e não é “plug and play”.
O Free Flow exige precisão milimétrica, integração profunda e domínio absoluto das regras de negócio do pedágio. Quando qualquer um desses pilares falha… todo o sistema sofre: usuários insatisfeitos, mídia negativa, desgaste institucional e riscos financeiros significativos.
E aqui entra um ponto que precisa ser dito sem rodeios: Não existe Free Flow confiável com “amarras tecnológicas”.
Misturar 3, 4 ou mais fabricantes para conseguir uma solução mais barata só funciona se, e somente se, todos os envolvidos forem especialistas reais da indústria de pedágio.
Isso significa domínio das regras tarifárias, entendimento profundo das normas da ANTT e reguladores estaduais, padrões rígidos de certificação, interoperabilidade nativa, experiência em billing, reconciliação e contestação, engenharia preparada para alta acurácia e auditoria operacional
Quando fabricantes não especializados são colocados na equação, cria-se um sistema que parece Free Flow, mas não se comporta como Free Flow. Aí entra retrabalho, ajuste atrás de ajuste, integrações frágeis, e… o risco de falhas públicas que poderiam ter sido evitadas.
Free Flow não é simplesmente “tirar a praça”. É um ecossistema complexo que depende de hardware especializado, visão computacional avançada, algoritmos de classificação robustos, base de dados confiável, orquestração tecnológica que funcione como um só organismo
No fim, o recado é simples: Free Flow mal implementado vira manchete. Free Flow bem implementado vira referência.
E a diferença entre um e outro não é o preço, é o parceiro que você escolhe, a tecnologia que você coloca na pista e o quanto ela realmente nasceu para esse propósito. Se queremos que o Brasil avance na mobilidade inteligente, precisamos tratar Free Flow como o que ele é: infraestrutura crítica, e não um experimento tecnológico.

Henrique Monteiro
Melhorando o fluxo das rodovias e a vida de milhões de motoristas | Especialista em Free Flow (MLFF) e Mobilidade Urbana | Sales Manager na Kapsch
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